domingo, 19 de dezembro de 2010

A MECÂNICA DO ACASO

Escrevo este poema agora
aqui no computador.

Em seguida imprimo uma cópia
e a deixo em um banco de jardim.

Um pombo pousa neste meu poema
e faz cocô.

Um homem magro e alto
de uns setenta anos
-com cuidado para não se sujar-
lê o poema em voz alta
e se diverte
de ter sido retratado no poema
que ele está lendo
sentado no banco
sem imaginar
essa mecânica estranha
e incrível do acaso.

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