Século XXI
com cara de século XIX.
Coronéis na política
fazendo
bandalha
Crimes hediondos
de piratas
urbanos
Século XXI
sem rosto.
Qual é a sua face
tempo presente?
Está mais para tempo ausente.
domingo, 26 de julho de 2009
sexta-feira, 24 de julho de 2009
A PRIMEIRA PALAVRA
Na natureza
da palavra
há muitas
árvores míticas.
Uma palavra
nasce de outra palavra
que nasce de outra
até chegar
à mãe-palavra
à primeira palavra
dita há milêncios
que nunca se saberá
qual foi.
´
da palavra
há muitas
árvores míticas.
Uma palavra
nasce de outra palavra
que nasce de outra
até chegar
à mãe-palavra
à primeira palavra
dita há milêncios
que nunca se saberá
qual foi.
´
sexta-feira, 17 de julho de 2009
O ÉTICO E A ÓTICA
Quando um político
sem ética
se diz ético
não passa de ilusão de ótica.
Ou será ilusão de ética?
Alguns políticos usam a ética
pisam na ética
esmagam a ética
e ainda assim se dizem éticos
contra todas as evidências
de que a ética
não tem nada a ver com isso.
sem ética
se diz ético
não passa de ilusão de ótica.
Ou será ilusão de ética?
Alguns políticos usam a ética
pisam na ética
esmagam a ética
e ainda assim se dizem éticos
contra todas as evidências
de que a ética
não tem nada a ver com isso.
O CORREDOR DA MEMÓRIA
O corredor da memória
tem paisagens
ruas museus
galerias
chuvas
ventos
céu azul
amores
rupturas
gritos
medos
dores
angústias
febres
desafios
encontros
desencontros
esperas
amigos
vinhos
bares
sonhos
pesadelos
buscas
invenções
projetos
tempos idos
casas da infância
brinquedos
festas
coleção de fatos
álbum de fotografias
velho diário
que sumiu
na poeira
do nenhum.
tem paisagens
ruas museus
galerias
chuvas
ventos
céu azul
amores
rupturas
gritos
medos
dores
angústias
febres
desafios
encontros
desencontros
esperas
amigos
vinhos
bares
sonhos
pesadelos
buscas
invenções
projetos
tempos idos
casas da infância
brinquedos
festas
coleção de fatos
álbum de fotografias
velho diário
que sumiu
na poeira
do nenhum.
quinta-feira, 16 de julho de 2009
OS SONHOS
Os sonhos refazem a realidade
são um suporte
sem eles a realidade
não se sustenta.
Os sonhos
são portas abertas
para o impossível
para o jogo do inconsciente
construindo
imagens
inimagináveis
voando
flutuando
brincando
com a nossa mania
de racionalizar tudo.
são um suporte
sem eles a realidade
não se sustenta.
Os sonhos
são portas abertas
para o impossível
para o jogo do inconsciente
construindo
imagens
inimagináveis
voando
flutuando
brincando
com a nossa mania
de racionalizar tudo.
quarta-feira, 15 de julho de 2009
SER PAZ
Quero ouvir
alguém gritar paz
e ser paz
exalando pelos poros.
Nada de dizer paz
e ser guerra
nos atos mínimos
do cotidiano
como abrir uma porta
ou conciliar-se
com o motorista
do carro de trás
que bateu no nosso
por distração momentânea.
alguém gritar paz
e ser paz
exalando pelos poros.
Nada de dizer paz
e ser guerra
nos atos mínimos
do cotidiano
como abrir uma porta
ou conciliar-se
com o motorista
do carro de trás
que bateu no nosso
por distração momentânea.
AS DISTÂNCIAS
As distâncias
é que criam aproximações
sem elas
o mundo seria todo embolado
uma massa informe
devorando-se
desde o começo.
é que criam aproximações
sem elas
o mundo seria todo embolado
uma massa informe
devorando-se
desde o começo.
A REVOLUÇÃO
A verdadeira
revolução
não se dá com armas
mas com ideias
palavras
mudanças
para muitos
não para um grupo
de revolucionários
de mentira
soldadinhos de chumbo
de um sistema
apodrecido.
revolução
não se dá com armas
mas com ideias
palavras
mudanças
para muitos
não para um grupo
de revolucionários
de mentira
soldadinhos de chumbo
de um sistema
apodrecido.
NUNCA DIGA QUE UM POEMA NÃO ESCREVERÁ
Nunca diga
não sou poeta
não escrevo poesia.
E se o poema brotar em você
sem avisar?
O poema brota,
mas se faltar o lápis ou a caneta
ele escorrerá
como um fio de água
que some no asfalto
sem chance
de ser capturado
e se fixar
na página
como um rebento.
não sou poeta
não escrevo poesia.
E se o poema brotar em você
sem avisar?
O poema brota,
mas se faltar o lápis ou a caneta
ele escorrerá
como um fio de água
que some no asfalto
sem chance
de ser capturado
e se fixar
na página
como um rebento.
terça-feira, 14 de julho de 2009
segunda-feira, 13 de julho de 2009
VOCÊ NÃO LEU NENHUM POEMA HOJE?
Você não leu
nenhum poema hoje?
Nem ontem?
Nem anteontem?
Nem no mês passado?
Como aconteceu isso?
Por que ignorar a poesia
se ela nos alimenta
o espírito
e nos deixa
menos presos
à cotação da Bolsa
e a outros índices
que nos invadem
como vespas
querendo nos picar?
nenhum poema hoje?
Nem ontem?
Nem anteontem?
Nem no mês passado?
Como aconteceu isso?
Por que ignorar a poesia
se ela nos alimenta
o espírito
e nos deixa
menos presos
à cotação da Bolsa
e a outros índices
que nos invadem
como vespas
querendo nos picar?
A CIDADE
A cidade
se fechou
para os homens
as mulheres
as crianças.
Só os carros
e os criminosos
têm o seu espaço
garantido.
E os carros
em número cada vez maior
estão subindo
uns sobre os outros
edificando
o absurdo.
se fechou
para os homens
as mulheres
as crianças.
Só os carros
e os criminosos
têm o seu espaço
garantido.
E os carros
em número cada vez maior
estão subindo
uns sobre os outros
edificando
o absurdo.
POR QUE EU ESCREVO?
Por que eu escrevo?
Por necessidade.
Por diversão.
Por desejo.
Ou por qualquer outro motivo.
Por necessidade.
Por diversão.
Por desejo.
Ou por qualquer outro motivo.
RUÍNAS
Nas ruínas
da velha casa
ainda se ouve o barulho
dos talheres.
Nas ruínas
da velha casa
ainda se ouvem os gritos
das crianças
que já morreram
há mais de cinquenta anos.
da velha casa
ainda se ouve o barulho
dos talheres.
Nas ruínas
da velha casa
ainda se ouvem os gritos
das crianças
que já morreram
há mais de cinquenta anos.
NÃO FIQUE
Não fique parado
não fique
há um movimento dentro de você
pedindo ação
de pintar um quadro
escrever um livro
ou simplesmente
dar um grito
daqueles que se podem ouvir
na outra esquina.
não fique
há um movimento dentro de você
pedindo ação
de pintar um quadro
escrever um livro
ou simplesmente
dar um grito
daqueles que se podem ouvir
na outra esquina.
O INSTRUMENTO POÉTICO
Palavra e música
Palavra é música
Toque de sax no meio do poema
Ou violino
Violoncelo
Contrabaixo
Digiridoo.
O instrumento do poema
é o próprio poema.
A sonoridade vem de dentro
e se transforma
em orquestra.
Ampla voz que não quer se calar
só tocar
cantar
deixar o som escorrer
pelos tímpanos da palavra.
Palavra é música
Toque de sax no meio do poema
Ou violino
Violoncelo
Contrabaixo
Digiridoo.
O instrumento do poema
é o próprio poema.
A sonoridade vem de dentro
e se transforma
em orquestra.
Ampla voz que não quer se calar
só tocar
cantar
deixar o som escorrer
pelos tímpanos da palavra.
POESIA REAL
A poesia pede realidade.
O jornal entra no poema
e noticia
a crise
a violência
a corrupção
o aquecimento global.
A poesia não é uma redoma.
Ela está inserida
nos acontecimentos
por mais que eles doam
e firam
os seus sentimentos.
A poesia quer novos tempos,
mas os velhos tempos
insistem em aparecer
como notícias novas
que não são
porque os protagonistas
desse nosso mundo
são tão sem imaginação
velhos de cabeça
caquéticos
sem ideais.
Só pensam em lucro, lucro e lucro
e sufocam o planeta
com as suas mãos ardilosas
e assassinas.
A poesia pede para ser ouvida,
mas os senhores do dinheiro
são surdos.
Só ouvem o tilintar das moedas
e o cheiro de notas novas
que lhes dá vontade
de comer
em um prato de ouro.
O jornal entra no poema
e noticia
a crise
a violência
a corrupção
o aquecimento global.
A poesia não é uma redoma.
Ela está inserida
nos acontecimentos
por mais que eles doam
e firam
os seus sentimentos.
A poesia quer novos tempos,
mas os velhos tempos
insistem em aparecer
como notícias novas
que não são
porque os protagonistas
desse nosso mundo
são tão sem imaginação
velhos de cabeça
caquéticos
sem ideais.
Só pensam em lucro, lucro e lucro
e sufocam o planeta
com as suas mãos ardilosas
e assassinas.
A poesia pede para ser ouvida,
mas os senhores do dinheiro
são surdos.
Só ouvem o tilintar das moedas
e o cheiro de notas novas
que lhes dá vontade
de comer
em um prato de ouro.
domingo, 12 de julho de 2009
O MORCEGO
O morcego
olhava para o homem
no começo
com receio.
Aos poucos
ficaram amigos.
O morcego à noite
ia para o quarto
e ficava
sobre o armário
enquanto o homem
trabalhava
esculpindo
pequenos morcegos
de madeira
que ele vendia
no jardim.
Se não fosse
aquele morcego
a sua nova
forma de sobrevivência
depois de ter sido
demitido
da fábrica
não teria brotado.
olhava para o homem
no começo
com receio.
Aos poucos
ficaram amigos.
O morcego à noite
ia para o quarto
e ficava
sobre o armário
enquanto o homem
trabalhava
esculpindo
pequenos morcegos
de madeira
que ele vendia
no jardim.
Se não fosse
aquele morcego
a sua nova
forma de sobrevivência
depois de ter sido
demitido
da fábrica
não teria brotado.
sábado, 11 de julho de 2009
MATÉRIA BRUTA
Poesia não é só matéria fina,
mas também bruta.
Tem pedra na sua estrutura,
ferro,
aço,
cobre
e ouro.
Poesia não é só mansidão
e lirismo.
Poesia corta
e fere
a palavra
para extrair dela
a sua carne
mais profunda.
É nas profundezas
da palavra
que a poesia arde
ferve
explode
no verso
com a sua natureza
abrindo-se ao universo
como um pequeno
planeta
circulante
e com uma densidade
nunca vista
ou pressentida.
mas também bruta.
Tem pedra na sua estrutura,
ferro,
aço,
cobre
e ouro.
Poesia não é só mansidão
e lirismo.
Poesia corta
e fere
a palavra
para extrair dela
a sua carne
mais profunda.
É nas profundezas
da palavra
que a poesia arde
ferve
explode
no verso
com a sua natureza
abrindo-se ao universo
como um pequeno
planeta
circulante
e com uma densidade
nunca vista
ou pressentida.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
OS RITOS
O rito de ser
esbarra no não ser.
O rito de dizer
esbarra no silêncio.
O rito de pensar
esbarra no não pensamento.
O rito de viver
esbarra nos vazios que nos acompanham.
esbarra no não ser.
O rito de dizer
esbarra no silêncio.
O rito de pensar
esbarra no não pensamento.
O rito de viver
esbarra nos vazios que nos acompanham.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
SOU CORPO E SOU PALAVRA
Sou corpo e sou palavra.
Palavra sem corpo é só um fantasma.
Corpo sem palavra
é de uma mudez
que mata a vida
porque a respiração e o som
lhe escapam.
Palavra sem corpo é só um fantasma.
Corpo sem palavra
é de uma mudez
que mata a vida
porque a respiração e o som
lhe escapam.
quarta-feira, 8 de julho de 2009
O ESPAÇO ENTRE O OLHO E O OBJETO
O espaço entre o olho
e o objeto
tem muitos objetos
não percebidos.
O olho foca
no objeto
que o chama
mas outros objetos
pedem
atenção
porque ser objeto
cria a necessidade
de ser visto
e desejado.
e o objeto
tem muitos objetos
não percebidos.
O olho foca
no objeto
que o chama
mas outros objetos
pedem
atenção
porque ser objeto
cria a necessidade
de ser visto
e desejado.
terça-feira, 7 de julho de 2009
segunda-feira, 6 de julho de 2009
domingo, 5 de julho de 2009
A PALAVRA É O SEU MOVIMENTO
Mover as engrenagens
da palavra
fazer com que ela circule pelas vozes mais variadas
Nunca deixar a palavra
espremida
no dicionário
esquecida
sem ar
A palavra é o seu movimento
é o seu estar na boca de quem fala
A palavra
é ir para o verso
e a narrativa
criando história
magia
enredo
A palavra é peixe de rio
não de aquário.
da palavra
fazer com que ela circule pelas vozes mais variadas
Nunca deixar a palavra
espremida
no dicionário
esquecida
sem ar
A palavra é o seu movimento
é o seu estar na boca de quem fala
A palavra
é ir para o verso
e a narrativa
criando história
magia
enredo
A palavra é peixe de rio
não de aquário.
sábado, 4 de julho de 2009
QUANTOS MUNDOS?
Quantos mundos
existem além
deste?
Quantas lembranças
perdidas
buscam
espaço
na realidade
de alguém
que queira ressuscitá-las?
existem além
deste?
Quantas lembranças
perdidas
buscam
espaço
na realidade
de alguém
que queira ressuscitá-las?
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