domingo, 25 de março de 2012

Elegia a Antonio Tabucchi no dia da sua morte

Não sei o exato momento da morte.
Nem o inexato.
Não sei da morte nem uma sombra
Nem uma fagulha de luz
Na cratera mais escura e secreta.
Não sei da morte o que ela fez comigo.
Afinal, foi hoje,
Apesar que toda contagem de tempo
É imprecisa
Estejamos mortos ou vivos.
Não sei se estou morto ou vivo.
Nunca soube muita coisa.
Nem antes nem agora.
O que é agora?
A tarde avança sobre os meus olhos
E sinto uma solidão estrelada
Como luzes de um dia que ainda sequer
Se anunciou.
Ou será noite?
É muita confusão para um tempo só.
Por ora,
Adormeço.