segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

ESCREVO POR PRAZER

Escrevo por prazer desmedido.
Escrevo como quem toma e ama um copo de vinho.
Escrevo como quem quer ser o que a palavra expressa.
Mas a palavra expressa tanta coisa.
O que ela não diz a princípio
é o que mais tem vibração.
Escrevo como quem toca violino
ou fagote.
Qualquer instrumento pode servir de exemplo.
Escrever é música.
Escrever é entrar fundo
no esconderijo das palavras.
Mas quem disse que é fácil?
Elas se apresentam e se escondem
num jogo de permanente
desejo e recusa
de se oferecer e de se fechar
como una concha
secreta
perdida
em um mar inacessível
e inatingível
mas que queremos atingir
por uma estrada ou por outra.

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