Lascas da linguagem
perpassam a nossa fala
de falhas.
Ato falho
no que eu falo
e no que não falamos.
Na nossa fala
o dizer e o não dizer
carregados de símbolos.
Lacan em nós passeia
como um nome
um estranho
não mais estranho
que nós mesmos
diante do espelho
sem nos reconhecermos
por inteiro.
domingo, 30 de janeiro de 2011
sexta-feira, 28 de janeiro de 2011
De onde vem a linguagem?
De ondem vem a linguagem?
Nasceu antes da palavra.
Mas antes quando?
Cem anos antes?
Mil anos antes?
Milhões de anos antes?
Não se sabe.
Não sei.
Não saberemos.
A linguagem é o grande mistério de si mesma.
Tanto quanto Deus.
Ou Deus será o maior mistério?
Quem nasceu antes
Deus ou a linguagem?
Foi Deus, é claro.
E a linguagem de Deus
de onde veio?
Não sei, não sabemos, não saberemos.
De dentro dos enigmas
nascem outros e mais outros
infinitos.
E Deus deve estar no centro
de todos os enigmas
rindo de nós.
Nasceu antes da palavra.
Mas antes quando?
Cem anos antes?
Mil anos antes?
Milhões de anos antes?
Não se sabe.
Não sei.
Não saberemos.
A linguagem é o grande mistério de si mesma.
Tanto quanto Deus.
Ou Deus será o maior mistério?
Quem nasceu antes
Deus ou a linguagem?
Foi Deus, é claro.
E a linguagem de Deus
de onde veio?
Não sei, não sabemos, não saberemos.
De dentro dos enigmas
nascem outros e mais outros
infinitos.
E Deus deve estar no centro
de todos os enigmas
rindo de nós.
quarta-feira, 26 de janeiro de 2011
SE VOCÊ NÃO FALA
Se você não fala,
se você não grita,
se você não berra,
todos fingem que você não está aqui.
Se você não reclama,
se você não argumenta,
se você não tem voz,
todos fingem que você não está aqui.
Se você não se impõe,
se você não discute,
se você não questiona,
todos fingem que você não existe.
se você não grita,
se você não berra,
todos fingem que você não está aqui.
Se você não reclama,
se você não argumenta,
se você não tem voz,
todos fingem que você não está aqui.
Se você não se impõe,
se você não discute,
se você não questiona,
todos fingem que você não existe.
segunda-feira, 3 de janeiro de 2011
ESCREVO POR PRAZER
Escrevo por prazer desmedido.
Escrevo como quem toma e ama um copo de vinho.
Escrevo como quem quer ser o que a palavra expressa.
Mas a palavra expressa tanta coisa.
O que ela não diz a princípio
é o que mais tem vibração.
Escrevo como quem toca violino
ou fagote.
Qualquer instrumento pode servir de exemplo.
Escrever é música.
Escrever é entrar fundo
no esconderijo das palavras.
Mas quem disse que é fácil?
Elas se apresentam e se escondem
num jogo de permanente
desejo e recusa
de se oferecer e de se fechar
como una concha
secreta
perdida
em um mar inacessível
e inatingível
mas que queremos atingir
por uma estrada ou por outra.
Escrevo como quem toma e ama um copo de vinho.
Escrevo como quem quer ser o que a palavra expressa.
Mas a palavra expressa tanta coisa.
O que ela não diz a princípio
é o que mais tem vibração.
Escrevo como quem toca violino
ou fagote.
Qualquer instrumento pode servir de exemplo.
Escrever é música.
Escrever é entrar fundo
no esconderijo das palavras.
Mas quem disse que é fácil?
Elas se apresentam e se escondem
num jogo de permanente
desejo e recusa
de se oferecer e de se fechar
como una concha
secreta
perdida
em um mar inacessível
e inatingível
mas que queremos atingir
por uma estrada ou por outra.
domingo, 2 de janeiro de 2011
SE VOCÊ TEM...
Se você tem um medo intolerável
que o faz tremer até a medula
escreva sobre ele
detalhe-o
tente se lembrar
quando surgiu
que fato o desencadeou
e perceba como ele o corroi.
Se você tem um medo intolerável
desenhe-o
grite o nome desse monstro terrível,
encare-o de frente,
não fuja,
mas se assim mesmo
não conseguir nenhum resultado,
aí procure um analista.
Isso quando tiver esgotado todas as tentativas
e se sentir completamente nocauteado
no meio do ringue
sem que haja ninguém para lhe jogar a toalha.
que o faz tremer até a medula
escreva sobre ele
detalhe-o
tente se lembrar
quando surgiu
que fato o desencadeou
e perceba como ele o corroi.
Se você tem um medo intolerável
desenhe-o
grite o nome desse monstro terrível,
encare-o de frente,
não fuja,
mas se assim mesmo
não conseguir nenhum resultado,
aí procure um analista.
Isso quando tiver esgotado todas as tentativas
e se sentir completamente nocauteado
no meio do ringue
sem que haja ninguém para lhe jogar a toalha.
sábado, 1 de janeiro de 2011
SAI LULA, ENTRA DILMA
Sai Lula, entra Dilma.
Um agricultor
de Minas
assistindo à posse
grita:
-Você é a nossa mãe.
Do lado dele, outro fala:
-Lula é o nosso pai.
Nessa narrativa real,
a mãe do PAC sucede o pai dos pobres
e dos desvalidos.
Mais comentários ouvidos
na multidão:
-Daqui a quatro anos ele volta.
-O Lula vai acompanhar de longe,
mas está pronto para ajudar
no que for preciso.
Enquanto isso,
o Brasil inteiro olha para Dilma
e espera o que virá.
Que o novo governo
seja novo mesmo
e faça avançar a realidade.
Os discursos de Lula
estavam mais para sermões
não de Vieira,
mas de Antonio Conselheiro
ou Padre Cícero.
Um agricultor
de Minas
assistindo à posse
grita:
-Você é a nossa mãe.
Do lado dele, outro fala:
-Lula é o nosso pai.
Nessa narrativa real,
a mãe do PAC sucede o pai dos pobres
e dos desvalidos.
Mais comentários ouvidos
na multidão:
-Daqui a quatro anos ele volta.
-O Lula vai acompanhar de longe,
mas está pronto para ajudar
no que for preciso.
Enquanto isso,
o Brasil inteiro olha para Dilma
e espera o que virá.
Que o novo governo
seja novo mesmo
e faça avançar a realidade.
Os discursos de Lula
estavam mais para sermões
não de Vieira,
mas de Antonio Conselheiro
ou Padre Cícero.
UM HOMEM
Um homem me abordou
na rua e disse:
-Sou poeta.
Ele insistiu
que eu lesse um poema dele.
Concordei.
Tirou do bolso
uma folha de papel
amassada
sem nenhuma palavra escrita.
-Gostou?
Respondi:
-Perfeito.
Ele foi embora feliz
com a folha na mão
parecendo acreditar
que o seu poema em branco
era uma obra-prima.
na rua e disse:
-Sou poeta.
Ele insistiu
que eu lesse um poema dele.
Concordei.
Tirou do bolso
uma folha de papel
amassada
sem nenhuma palavra escrita.
-Gostou?
Respondi:
-Perfeito.
Ele foi embora feliz
com a folha na mão
parecendo acreditar
que o seu poema em branco
era uma obra-prima.
O TELEFONE TOCA
O telefone toca
e eu estou escrevendo este poema.
A campainha toca
e eu estou escrevendo este poema.
O mundo lá fora desaba
e eu estou escrevendo este poema.
e eu estou escrevendo este poema.
A campainha toca
e eu estou escrevendo este poema.
O mundo lá fora desaba
e eu estou escrevendo este poema.
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