domingo, 15 de agosto de 2010
ESPERANDO GODOT DANÇANDO
Em cena: Letícia Leão, Marília Costa e Thais Gimenez.
(Para os integrantes do Projeto Fletir)
Na espera
a imobilidade
a angústia
o torpor.
Na espera o movimento louco
alucinado
choque de corpos
no escuro.
Na espera
de Godot
entramos todos em cena
e dançamos
representando
a nossa dor.
Na espera
improvisamos
nos movemos
em mínimas
danças
dos olhos
da boca
dos braços
das mãos
das pernas
dos pés
até chegarmos
a uma grande revolução
do corpo
sentindo
no seu cerne
que há uma espera
interna
desde o início
de todas as eras.
A espera é infinita.
Mas não precisamos
nos tornar
reféns paralisados
petrificados.
A espera tem muitos ritos.
A espera pode ser circular
ou labiríntica.
A espera é a sua própria vertigem.
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Sinceramente, quando decidi montar “Esperando Godot” não imaginei a revolução que se daria a partir deste movimento. Muitas coisa aconteceram e esse poema,e, sua presença no espetáculo foram mais uma delas.
ResponderExcluirLindo poema. Sensível, pontual! Uma síntese incrível.
Caro Jaime, agradeço-lhe pelo presente.
Luís Cury
A espera é a própria viagem.
ResponderExcluirOu como gosto de dizer, A ESPERA É A PRÓPRIA VIAGEM.
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