O homem numeral
fazia dos números palavras
e numerava tudo o que fazia:
assinava cento e vinte e dois papeis
comia dezoito ervilhas
três sardinhas
cem lentilhas
e trezentos e cinquenta grãos de arroz
por dia.
O homem numeral
era muitos números
que o acompanhavam.
Adorava declamar senhas
para si mesmo
no seu quarto
diante do espelho.
O homem numeral
virou um número
no ato final.
E o seu nome foi substituído
por uma lápide
com um grande número
brilhando no chão
e identificado
o homem sem nome
e sem história.
quarta-feira, 1 de abril de 2009
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